quarta-feira, 13 de abril de 2011

E eu nem vi a briga...

Outro dia tocaram a campainha aqui em casa e eu, pela câmera do portão, achei que fosse alguém do relacionamento do nosso "clã". Solícito, abri o portão e fui lá conferir. Eram dois rapazes bem vestidos e muito educados que se apresentaram como "Testemunhas de Jeová". Suei frio!

Mas para a minha surpresa, após um breve cumprimento, deram-me um folheto e fizeram-me um convite para que comparecesse no Templo deles e ouvisse uma palestra sobre a morte de Cristo.

"-Nada relacionado com religião", frisou um deles. Agradeceram a atenção e se foram.

Quase os chamei de volta e reivindiquei o meu direito de escutar um capitulo inteiro do Eclesiástico, de adquirir uma revista "Sentinela" e, com isso, ganhar uma "Despertai".

De ouvir pelo menos dez minutos de pregação e de ficar sem graça quando, durante tudo isso, passasse algum conhecido me olhando com aquela cara de "tá fudido".

Mas não, eles foram embora mesmo. Pela primeira vez uma testemunha de Jeová não me amolou no portão.

Passei uma semana refletindo: seriam os sinais dos tempos? Eles mudaram de estratégia? Contrataram algum marqueteiro? Será que naquela noite tinha algum jogo importante na televisão e, por isso, eles estavam com pressa? Será que algum vizinho, visitado antes de mim, mandou-os tomar no cu?

Contei essa história para todos os meus 2 amigos e, depois daquele dia, mudei meu conceito a respeito desse pessoal.

Mas, como a gente não pode acreditar em tudo que vê ou ouve, veio a surpresa. Nesta noite (uma semana depois) voltaram a tocar a campainha do barraco. Eu nem vacilei: fui lá, abri o portão e até encostei no muro para escutar as breves palavras de mais dois "missionários". Fudeu!

Em quase uma hora, em pé, falamos da importância da leitura da Biblia, leram Timóteo para que eu refletisse, discutimos o ecumenismo e eu fiquei até sabendo que Macabeus não está na Biblia deles e que o dízimo por lá não são os 10% da tabela geral das Igrejas por aí...

Uma grande parcela de culpa, nesse rolo todo, é minha, confesso ! Sou meio metido a saber trechos da Biblia (os mais estranhos, diga-se de passagem) e com isso dei uma apimentada na conversa.

Ao final, pintou aquele convite para visitar a Igreja deles e nos despedimos. Mas antes, ganhei um folheto deles com perguntas pertubadoras (Se Deus se importa conosco mesmo, se algum dia a guerra acaba, o que acontece depois da morte, etc e tal) que vou ler.

Só não me disseram se na semana que vem eles voltam ou se o mundo vai acabar antes (pode ser para nós todos, para mim ou para eles...).

Esse negócio de crença é complicado: eu estudei com uma menina que abandonou o curso de Administração ( detalhe: ela não pagava a Faculdade, pois tinha bolsa integral ) porque o pastor disse a ela que aquilo era besteira de se fazer.

Que ela não iria aproveitar em nada o que aprendeu, porque o mundo iria acabar rapidinho.

Que ela deveria se dedicar a salvar as almas incrédulas antes do Armagedon: a batalha final de Deus contra a sociedade humana iníqua no Monte Megido.

Isso já faz uns 10 anos, ou mais: e o mundo não acabou, só piorou...

Um comentário:

camilo disse...

Ricardo,nesta história toda ae o inacreditavel é o lance de um tal pastor .não viva é Besteira o mundo vai acabar.P..q P.. o mundo em tempo é dividido em antes e depois de...
e se o "CARA" disse: que veio pra que todos tivessem vida,disse: vivam um dia de cada vez (olhem os lirios e os passaros),e as pessoas ainda ficam acreditando em pastor!!??? tá danado.eu fico revoltado.rsrsrs