domingo, 24 de abril de 2011

Reflexão

Eu não sou o que já fui e já não serei o que sou.
E, tenho que reconhecer, o que sou não é lá grande coisa...

domingo, 17 de abril de 2011

Saci passa para medicina pelo sistema de cotas


Beneficiado pelo sistema de cotas para negros e para deficientes nas universidades públicas, o Saci Pererê foi aprovado para medicina. A soma das duas reservas de vaga tornou Saci um candidato praticamente imbatível no vestibular.
Saci rebateu as críticas de que o sistema de cotas é injusto, ainda mais quando permite a acumulação de benefícios. “Não sou de tirar vantagem. Eu nunca passei a perna em ninguém. Até porque se eu passar eu caio.”, disse Saci.
O candidato disse que se preparou para o concurso e achou a prova fácil. “Estão dizendo que eu me beneficiei, mas a prova foi muito fácil. Dava para fazer com um pé nas costas.”, afirmou.
Especialistas aplaudiram a entrada de Saci para a faculdade de medicina da Universidadade Estadual do Rio de Janeiro. “Ele é a prova de que o sistema funciona. Tínhamos um menino que não estudava, passava o dia na floresta, usando só um shortinho e fumando. Agora, está na universidade”, disse Manoel Francisco Soares, da ONG Pró-Cotas.
Outro personagem que tentou se beneficiar do sistema de cotas para deficientes não teve a mesma sorte. Apesar da reserva, a Mula sem cabeça não conseguiu sua vaga. “Eu nunca tive cabeça para os estudos”, disse ela.

Extraido do site : www.sensacionalista.com.br

Fora da lista...

Tem gente que tem aquele amigo que é mais que um irmão: trocam confidências, saem juntos, suas namoradas - e depois esposas - tornam-se obrigatoriamente grandes amigas e assim vão para todo o sempre.
Eu tinha uma turma e era nela um elemento meio que "dispensável". Verdade! Não fazia muita falta mesmo e até entendo.
Eu explico: não praticava nenhum esporte, não jogava futebol e nem entendia dele, não bebia, não tinha grana para acompanhar algumas "aventuras" mais arrojadas (como os bailes fora da cidade, grandes eventos, viagens, etc).
Assim, só participava quando o grupo todo, com suas nuances financeiras e comportamentais, se reunia.
Foram três frases que consigo definir: fui de uma turma, mudei para outra e voltei para a primeira.
Dentro destes grupos as afinidades entre os participantes foram se definindo e as grandes amizades foram se formando.
Eu, como era um elemento (por opção) meio sazonal e (por força das circunstâncias) não muito participativo, fui sendo deixado no segundo plano do relacionamento duradouro. E assim, fiquei sendo aquele "velho conhecido" de todos e grande amigo de ninguém.
No auge destes relacionamentos surgiu outra agravante que me "isolou" um pouco das saídas em bando: o namoro.
As namoradas são, quando levadas a sério, detentoras de exclusividade na hora de se escolher o programa do final de semana.
Como comecei relativamente cedo, isso me fez ficar ainda mais fora desse bolo.
Hoje escuto histórias daquele tempo que me são familiares, mas que delas não participei.
Nas fotos do meu finado Colegial (hoje Ensino Médio), que correm pelas redes sociais e e-mails de meus contemporâneos, consigo validar essa situação de "meio de fora" dos acontecimentos: nelas não é tão fácil de me encontrar.
O tempo foi passando e eu, como todo mundo, fui estabelecendo minhas prioridades (trabalho, noivado, casamento, filhos, etc). Nesta nova fase, que se iniciou depois do meu primeiro emprego, minhas amizades foram sendo redefinidas e os laços afetivos foram sendo traçados pela área onde eu atuava, pelos lugares onde morava, pelos relacionamentos dos filhos, etc.
Anos se passaram dessa forma e eu me aposentei (na marra, depois do infarto e da cirurgia) e em casa fiquei.
Não tinha condições (e nem poderia) de trabalhar novamente. Cada vez mais em casa e cada vez menos visto (e só é lembrado quem é visto, repito isso aos meus filhos sempre) fui ficando meio "de lado". Isso é perfeitamente compreensível e não me incomoda muito : entendo que a vida segue seu rumo frenético e as pessoas têm de correr atrás da sobrevivência, contornar os problemas e "matar o leão" que diariamente se apresenta. Esse imediatismo das circunstâncias torna o relacionamento mais forte aos que mantém algum contato mais frequente. Dificilmente alguém vai sair da zona de conforto (isso não tem nada a ver com o ócio) e procurar mais compromissos dos que já tem.
Digo tudo isso para me consolar de um fato recente: um "amigo" desses da última fase promoveu um encontro festivo de certa magnitude e me deixou de fora, mesmo convidando gente muito próxima a mim (sabe aqueles que, quando lembrados, são impossíveis de não serem relacionados com a gente?).
Foi uma surpresa, talvez porque seja o primeiro tranco que levo vindo dele.
Me deixou desapontado? Frustado? Triste? Não vou dizer que não, mas tenho de compreender: devo, nessas andanças que dei por aí, ter também - algum dia - esquecido de alguém que se julgava meu amigo.
A vida é mais simples do que o "Aurélio" mostra e, certamente, um pouco mais complicada do que gostariamos que ela fosse.

Desliga essa merda, pô!


As escolas públicas deveriam incluir na grade curricular uma matéria sobre o uso do celular e de seus similares portadores de Mp3. Incrível como essa meninada vive pelas ruas ouvindo nestes aparelhos, em alto som, músicas de gosto muitíssimo duvidoso. E, com isso, incomodam todo mundo.
Outro dia, voltando da padaria antes das sete da manhã, caminhava à minha frente dois rapazes. Eles não estavam juntos: um trazia somente o material escolar e o outro - além do material - carregava uma caixinha de som branca com um Mp3 "espetado" nela.
Ele ouvia uma música estilo "Racionais". Para quem não conhece, são aquelas músicas mais só faladas do que cantadas e com temas que abordam, prioritariamente, a vida nas favelas, nas prisões, o desprezo da Sociedade sobre as ditas "minorias" e outras mazelas - uma lamúria só.
Eu, que nunca perco a piada, alcancei o rapaz da minha frente (o sem som) e perguntei a ele :
-"É seu amigo?"
Ele me respondeu, assustado com a abordagem, que não.
Ao que eu disse, com cara de alívio :
-"Sorte sua, né ?!"
E fui comer meu pãozinho em casa...
As pessoas estão perdendo completamente a noção do que significa espaço público. Ou porque nunca foram educadas para tanto ou porque estão pouco se lixando pro seu próximo.
Só me restou uma dúvida sobre esses seres que não conhecem o fone de ouvido: pode fazer bullying neles ?

Quer uma prova que o mundo piorou ?

Antes "Os Trapalhões" eram: Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.
Hoje eles são: Didi, Dedé, Jacaré e Marcelo Augusto.

Piorou ou não piorou ?

Quanto dura um download por aqui...

1 dia !!!!! É mole?

quarta-feira, 13 de abril de 2011

E eu nem vi a briga...

Outro dia tocaram a campainha aqui em casa e eu, pela câmera do portão, achei que fosse alguém do relacionamento do nosso "clã". Solícito, abri o portão e fui lá conferir. Eram dois rapazes bem vestidos e muito educados que se apresentaram como "Testemunhas de Jeová". Suei frio!

Mas para a minha surpresa, após um breve cumprimento, deram-me um folheto e fizeram-me um convite para que comparecesse no Templo deles e ouvisse uma palestra sobre a morte de Cristo.

"-Nada relacionado com religião", frisou um deles. Agradeceram a atenção e se foram.

Quase os chamei de volta e reivindiquei o meu direito de escutar um capitulo inteiro do Eclesiástico, de adquirir uma revista "Sentinela" e, com isso, ganhar uma "Despertai".

De ouvir pelo menos dez minutos de pregação e de ficar sem graça quando, durante tudo isso, passasse algum conhecido me olhando com aquela cara de "tá fudido".

Mas não, eles foram embora mesmo. Pela primeira vez uma testemunha de Jeová não me amolou no portão.

Passei uma semana refletindo: seriam os sinais dos tempos? Eles mudaram de estratégia? Contrataram algum marqueteiro? Será que naquela noite tinha algum jogo importante na televisão e, por isso, eles estavam com pressa? Será que algum vizinho, visitado antes de mim, mandou-os tomar no cu?

Contei essa história para todos os meus 2 amigos e, depois daquele dia, mudei meu conceito a respeito desse pessoal.

Mas, como a gente não pode acreditar em tudo que vê ou ouve, veio a surpresa. Nesta noite (uma semana depois) voltaram a tocar a campainha do barraco. Eu nem vacilei: fui lá, abri o portão e até encostei no muro para escutar as breves palavras de mais dois "missionários". Fudeu!

Em quase uma hora, em pé, falamos da importância da leitura da Biblia, leram Timóteo para que eu refletisse, discutimos o ecumenismo e eu fiquei até sabendo que Macabeus não está na Biblia deles e que o dízimo por lá não são os 10% da tabela geral das Igrejas por aí...

Uma grande parcela de culpa, nesse rolo todo, é minha, confesso ! Sou meio metido a saber trechos da Biblia (os mais estranhos, diga-se de passagem) e com isso dei uma apimentada na conversa.

Ao final, pintou aquele convite para visitar a Igreja deles e nos despedimos. Mas antes, ganhei um folheto deles com perguntas pertubadoras (Se Deus se importa conosco mesmo, se algum dia a guerra acaba, o que acontece depois da morte, etc e tal) que vou ler.

Só não me disseram se na semana que vem eles voltam ou se o mundo vai acabar antes (pode ser para nós todos, para mim ou para eles...).

Esse negócio de crença é complicado: eu estudei com uma menina que abandonou o curso de Administração ( detalhe: ela não pagava a Faculdade, pois tinha bolsa integral ) porque o pastor disse a ela que aquilo era besteira de se fazer.

Que ela não iria aproveitar em nada o que aprendeu, porque o mundo iria acabar rapidinho.

Que ela deveria se dedicar a salvar as almas incrédulas antes do Armagedon: a batalha final de Deus contra a sociedade humana iníqua no Monte Megido.

Isso já faz uns 10 anos, ou mais: e o mundo não acabou, só piorou...

sábado, 9 de abril de 2011

Queria que fosse regra isso...



Mas, pena ser exceção.

Falta de educação. A origem de todos os males, em todos os sentidos.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Três coisas..


...que aumentam com o passar dos anos: a insegurança, o egoísmo e o ceticismo

Isso passa

Isso passa, isso passa, me dizem sempre.
Átila também passava. E todos vocês sabem o que acontecia com a grama.

domingo, 3 de abril de 2011

Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras. E por tudo isso, ando cada vez mais só...
Na verdade, aqueles suplícios que dizem existir no profundo Inferno, estão todos aqui, nas nossas vidas...

Mahna Mahna



Ambíguo, eu? .
Pode ser, pode não ser.

Esta Velha Angústia...


Esta velha angústia,
Esta angústia que trago há séculos em mim,
Transbordou da vasilha.

Transbordou.
Mal sei como conduzir-me na vida
Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!
Se ao menos endoidecesse deveras!
Mas não: é este estar entre,
Este quase,
Este pode ser que...,
Isto.

Um internado num manicômio é, ao menos, alguém,
Eu sou um internado num manicômio sem manicômio.
Estou doido a frio,
Estou lúcido e louco,
Estou alheio a tudo e igual a todos

Pobre velha casa da minha infância perdida!
Quem te diria que eu me desacolhesse tanto!
Que é do teu menino? Está maluco.
Que é de quem dormia sossegado sob o teu teto provinciano?
Está maluco.
Quem de quem fui? Está maluco. Hoje é quem eu sou.

Estala, coração de vidro pintado (*)!

(Álvaro de Campos)

(*)coração de vidro pintado : Frágil mas pintado. De transparência oculta. Nenhuma possibilidade seria mais natural do que a dele estalar.
Partir-se, destruir-se e desaparecer.