domingo, 15 de agosto de 2010

Causos do Sylvio

Vira e mexe lembro de histórias que meu pai contava ou que contavam sobre meu pai.
Nos idos dos anos 40 meu pai trabalhava em seu açougue - o "Guarany" - onde hoje funciona o Mercado Municipal velho aqui de Bebedouro.
E subindo em um toco de madeira ( onde se cortava os grandes pedaços de carne ) para pendurar ( naqueles enormes ganchos ) uma peça recém abatida, ele escorregou.
Na tentativa de segurar no gancho, para não se esborrachar no chão, ele acabou por ficar pendurado pelo braço.
O gancho atravessou o antebraço do meu pai e ele ficou preso pelo pulso.
Arrepiou aí, né ?
Pois bem, não sei como o resgataram dessa situação.
O saldo disso tudo foi que minha mãe, por mais de 50 anos, enfeitou o esquife da imagem do "Senhor morto" na procissão da Semana Santa, como forma de agradecimento pela cura do braço do meu pai : que recuperou seus movimentos normalmente.
Mas, a graça da história ainda está por vir.
Meu pai, quando da última consulta ao médico que lhe assistiu, perguntou :
-“Doutor, tenho uma dúvida a respeito desse braço!”
-“Pois não, Sylvio, pode falar”
-“Com esse braço costurado eu vou conseguir tocar bem um violão?”
-“Claro que vai. Perfeitamente!”
E meu pai emendou:
-“Até que enfim! É que faz 20 anos que eu venho tentando tocar direito esse negócio e não consegui até hoje”.

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