segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O tempo voa

Uma vez, há muitos anos - lá na adolescência - uma namoradinha dessas de escola me chamou, em uma discussãozinha por causa de bobeira, de "fraco".
Não um fraco fisicamente, intelectualmente ou moralmente falando. Mas um fraco de atitudes, no modo de agir.
Ela era na pré-adolescência, como toda menina o é, mais amadurecida que eu e aquilo doeu em mim.
Eu, como um fraco que era, fiquei sem ação, sem resposta, e não consegui nem revidar.
O namorico acabou semanas depois e nós fomos cada um para o seu lado.
Ela se casou com uma pessoa conhecida e de familia influente, teve filhos e tocou sua vida em frente.
Eu me casei com uma moça de familia decente, tive filhos e toquei minha vida em frente também. Nunca, nesses anos todos, me lembrei que isso havia acontecido um dia.
Outro dia, em uma conversa de família, soube noticias dela sem querer e isso me veio à memória. Soube, por exemplo, que o marido e ela haviam se separado, soube que ela tinha problemas muito sérios com um dos filhos, soube que a situação financeira deles estava um caos e ela estava enorme de gorda.
Eu, se quiserem noticias minhas, estou muito (mas muito) bem casado, não tenho nenhum problema sério com nenhum filho meu, estou aposentado e vivendo (modesto) mas muito bem.
E para completar com uma cereja o meu bolo, minha mulher está cada dia mais bonita, linda, e eu cada vez mais apaixonado por ela.
Eu já falei muitas coisas nessa vida que "queimaram a minha língua". Já fiz, paguei muito por isso e tenho a Gisele como testemunha.
Mas, graças a Deus, a regra é para todos.
Não sou um cara vingativo (sou de Libra), mas a vontade que eu tenho (e ela não iria entender nada e me chamaria de louco) é de, quando cruzar com a dita cuja na rua, olhar bem na cara dela e dizer :
"'Fraco' é a puta que te pariu, sua baleia frustrada!"
É que eu só sei responder a uma ofensa depois de algum tempo (uns 30 anos). Na hora que me magoam eu fico assim mesmo, sem ação e sem resposta.

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